Muita Poeira e Um Gole de Uísque

quinta-feira, julho 28, 2011 / Postado por And_Rodrigues / comentários (9)

Olá

Bom começo de final de semana pessoal. Espero que todos tenham tido uma semana agradável. Agradeço a todos que visitam, acompanha e seguem o blog. Muito obrigado.

Mando um beijão para a minha revisora oficial que não esta podendo no momento cuidar disso. Estou sempre torcendo por ti Cavalcanti. Quem se incumbiu dessa tarefa foi a P. A quem agradeço demais também. Lov U

O texto de hoje é bem diferente de tudo que postei aqui até o momento. O processo para chegar a esse resultado foi muito interessante, o que me deu ainda mais vontade de escreve-lo. Espero que apreciem.

A todos uma boa leitura.











Muita Poeira e Um Gole de Uísque





Não me lembro bem quando foi o primeiro tiro, onde começou a mudar a minha sorte. Só me recordo de estar sentado naquele banco alto junto ao balcão de madeira, tomando uma dose de uísque puro malte, o copo embaçado, não tirava o gosto do liquido cor âmbar, tinha acabado de dar um gole, ele foi garganta abaixo denso, forte, carregado. Meus lábios úmidos se separaram para uma leve expressão de saborear aquele veneno, eu admirava o copo seu conteúdo, sua cor, e textura, o gelo só tirava o sabor, por isso tinha que ser sempre puro. Naquele momento não queria nada mais do que apreciar e saborear o liquida.

Foi quando em um baque o banco sumiu, havia sido chutado para longe, minhas costas foram contra o chão o copo eu nem imagino onde foi parar, eu soltei um “argh” seco, minha expressão de dor era notável eu nem consegui abrir os olhos para ver o que aconteceu, e já estava sendo puxado pelo colete para fora do sallon, minhas mãos por reflexo foram contra a mão que me puxava com tamanha facilidade, assim que encostei nela, tomei uma coronhada na mesma. Dor de novo “argh” isso já estava me irritando. A porta de vai e vem soltou seu gemido típico quando quem me arrastava passou por ela. Senti um puxão ainda mais forte, e voei para fora do telhado que cobria a parte da frente do estabelecimento, rolei duas vezes pelo chão empoeirado tossi pela dor novamente, mais dor. Minhas costas doíam, minha mão doía, meu ombro também doía agora. “Que droga o maldito queria? Quem seria? Foda-se! Quem quer que seja, isso não iria ficar assim”

- Levanta! Não vou te tirar nada com a tua face virada pro chão.

A voz dele era rouca e penetrante, as palavras dele fizeram meu corpo todo enrijecer. Com um dos joelhos no chão e a outra perna esticada, uma das mãos no braço que me sustentava para não ter o peito no chão.

Eu levantei os olhos para encará-lo. Ele era alto, corpulento, ombros duros, rosto fino nariz adunco, olhos cinza severos, o topo da sua cabeça tinha o cabelo grisalho penteado meio que de lado.

- Já disse para se levantar! - Ele fez uma pequena pausa antes de continuar, eu voltei a encarar o chão, respirando fundo para recuperar minhas forças. – Creio que aprecia demais a sua existência para não lutar diante de um momento desses.

Aquelas palavras fizeram um frio correr pela minha espinha. Eu voltei a encará-lo imediatamente. Ele me fez uma cara de “ponha-se de pé”. Nunca havia visto aquele maldito e ele parecia decidido, e não estar brincando em dar cabo de mim.

Coloquei-me de pé. Bati na roupa para tirar o excesso de poeira. O encarei olhos nos olhos, ele não piscou em nenhum instante. Ele queria acabar comigo por algum motivo que eu não imaginava qual fosse, mas isso não aconteceria assim tão fácil, não ia deixar um desgraçado qualquer me levar o que fosse.

Um sorriso apareceu no canto do meu lábio, e logo em seguida perguntei:

- Acha que é quem para me ameaçar desse jeito?

- Garoto, tem coisas demais que seus olhos não viram, seus ossos não sentiram, e suas lágrimas não rolaram. Por isso digo, acaba pra você agora.

Aquilo só poderia ser uma brincadeira de muito mal gosto. Só tinha um jeito de acabar com aquela falação. Eu comecei a caminhar em sua direção, ele não moveu um músculo antes de perguntar:

- Haverá um duelo?

Eu prontamente lhe respondi

- Não! - antes de lhe dar um soco na boca. - Seu filho de uma puta.

Ele imediatamente deixou cair o sobretudo no chão, meu soco tinha endereço certo, apesar de ser mais velho, moveu-se com agilidade esquivando-se do soco, e me retribui com um soco na costela, mais dor. “Droga, não era pra ser assim”. Só não foi pior por que a distancia era curta, o braço dele estava armado para outro soco, eu o afastei com o ombro. Avencei sobre ele deu o soco, eu afastei com antebraço e o acertei na boca do estomago, o que o fez dobrar-se sobre si. Não me fiz de rogado e continuei avançando quando ele lançou um olhar para mim, só conseguiu ver meu punho voando em direção ao seu rosto, ele voltou a encarar o chão ao mesmo tempo em que cuspia seu próprio sangue, eu o peguei pelo colarinho para endireitá-lo, ele era um pouco maior do que eu. Mas esse não era o problema no momento, um sorriso perverso apareceu em seu rosto, sangue contornando seus dentes, mas o barulho do cão sendo engatilhado era inconfundível. O desgraçado tinha me pego de costas no sallon, e depois de dois socos apontava a arma para o meu estomago.

- Eu disse que acabava agora. - Ele tinha uma certeza na voz que me fazia gelar, e que me dava ainda mais ódio dele. Isso por que eu nem conhecia o maldito.

Eu ia dando alguns passos para trás bem lentamente, algo tinha que ser feito e logo, o sorriso dele aumentava a cada passo que eu dava, na altura que eu tinha segurado o seu colarinho, minhas mãos estavam levantadas o revolver estava no coldre, no cinto jogado na minha cintura de forma frouxa. A minha desvantagem, bem aquilo não era uma desvantagem. Era o meu fim.

Foi num piscar de olhos que tudo aconteceu. O sorriso dele ficava mais largo com a certeza que minha vida acabaria em uma das suas balas. Meu rosto se contorcia temendo que a certeza dele se concretizasse. Dois disparos seguidos.

Um segundo antes do disparo dele eu me joguei para trás saquei o meu revolver, que voou do coldre, com o cão já engatilhado, o disparo dele saiu, dois segundos depois saiu o meu. Assim que minhas costas bateram no chão eu senti a dor da nova queda, algo esquentando em alguma parte rolei no chão, e disparei mais duas vezes uma que acertou o chão poeirento. Ele era grande, um bom alvo. “Puta que pariu, o desgraçado acertou meu ombro”. Era bom ele ter caído, só consegui os outros tiros graças a adrenalina. Logo aquele ferimento e me impediria de espremer um caqui, quanto mais puxar um gatilho.

Ele olhava incrédulo para mim, seu revolver estava no chão. As manchas de sangue no peito e duas na barriga aumentavam, os tiros haviam sido certeiros. Aproximei-me lentamente. Ele me encarou e disse:

- Tinha certeza que iria lhe matar!

Suspirei, engoli em seco aquelas palavras e fui honesto com ele.

- Por um breve momento, eu também tive essa mesma certeza.

Houve um silêncio entre nós dois, até que eu perguntei antes do diabo do homem morrer:

- Por que veio atrás de mim?

- Tem coisas que ninguém sabe exatamente responder ao certo. - Ele passou a língua nos lábios secos e continuou. – Mas você é a bola da vez.

- Por que eu? - Falava o encarando com os olhos cerrados

- O Senhor Destino deve gostar de você. - Disse com um sorriso amarelo

- Ele deve agora estar furioso contigo por não ter feito o seu serviço. - Respondi com um leve sorriso com o canto da boca

Ele parou de sorrir. E disse:

- O seu está guardado! - Mesmo morrendo o desgraçado disse aquilo de uma forma tão certa que me fez gelar novamente. Eu simplesmente o respondi:

- Manda um recado para o Sr. Destino... - Antes mesmo dele poder dizer qualquer coisa eu continuei...: - Manda ele “SE FODER”

O revolver disparou mais uma vez, e ele ganhou de brinde uma bala entre os olhos, e uma passagem direta para o inferno.

“Talvez eu não soubesse, mas a passagem não era só pra ele”.





^PAR^



Desencontro - Introdução

terça-feira, julho 19, 2011 / Postado por And_Rodrigues / comentários (2)

Olá

Boa semana para todos. gostaria de agradecer a todos que continuam acompanhando o blog, os que seguem e os novos seguidores, também meus agradecimentos aos visitantes. Sou muito grato por cada um que passa por aqui.

O post de hoje trás novas personagens. Espero que sejam bem recebidos, se assim posso dizer. Uma nova história que espero que todos possam acompanhar e se sentir um pedacinho dela. E que as Doces Almas sejam agraciadas.











Desencontro - Introdução






- Você é um idiota! A voz normalmente doce e suave, voava com facas pela sala de estar.

-Tu não sabes o que esta dizendo. Dizia tentando se manter calma, mas havia uma linha de preocupação na sua voz.

-Ah! Não sei? A raiva cada vez mais aparente em cada frase em cada palavra

-Não! Disse ele com olhos fixos nos dela que começavam a ficar marejados. - Não sei o que tu pensa ter visto, mas lhe garanto...

Como um trovão a voz dela disparo:

- Me poupe Murilo das suas mentiras, eu vi! Ela levantou uma das mãos com que apontando os olhos, como se ele pudesse ver através deles.

Ela apertou os lábios, contendo as lágrimas que tornavam sua vista um pouco embaçada. Visivelmente Murilo escolhia as palavras com cuidado, mas não havia uma só palavra que ela iria acreditar naquele momento.

-Tudo bem! Disse ela quebrando o silencio mordaz do ambiente. - Eu já imaginava que isso iria acontecer!

Ele colocou a cabeça um pouco de lado, olhando incrédulo o que tinha acabado de ouvir, e disse:

-Tu só podes estar brincando Scarlett!

Ele deu um passo para frente para ir em direção a ela. Ela deu um passo para trás no mesmo momento e levou uma das mãos à boca, para conter o que foi somente um som abafado, a outra mão estendeu para frente com a palma da mão de frente para Murilo. Num nítido sinal de “Parado”. Ele ficou estático diante da reação de Scarlett.

As lágrimas corriam pelo seu rosto, inevitavelmente os olhos dele também marejaram, não era isso que ele havia planejado para eles. Ele até podia ser um pouco desligado dessas coisas, poderia não estar a todo o momento falando de como seriam as coisas daqui a cinco, dez anos. Mas ele queria estar ali com ela, isso ele tinha certeza, e dali a cinco dez anos ele queria ainda com ela.

Ela sabia que ele “era o tipo certo de cara errado” sorriso fácil, olhar encantador, não existia garota ou mulher que não sorria com o seu jeito de fazer piada das coisas, inteligente, convencido, e o pior de tudo normalmente estava certo.

- Serena! Ele parecia ter dificuldade até mesmo de falar. - Eu não fiz nada! Uma lágrima seguida de outra caia pelo seu rosto branco, os olhos habitualmente castanhos claros iam sendo tomados pela leve linha verde que ficava contornando o castanho.

Os dois se encararam por algum tempo, ambos agora tinham os olhos tomados. Os cabelos castanhos na altura do queixo repicado caiam no rosto vermelho, ela tentava tirar, mas a droga do cabelo estava como ele queria, e até isso a irritava naquele momento. Tudo que ela conseguia pensar era aquela imagem dele saindo do palco e sendo puxado pela mão por aquelazinha, “como ele pode, como?” Era tudo que ela pensava naquele momento.

Murilo novamente fez como que indo em direção a Scarlett, dessa vez ela não conteve a raiva que sentia dele, fez mais do que um sinal:

-Sai daqui! Berrou ela.

Essa pequena expressão fez todo o corpo de Murilo gelar, os lhos ficaram vidrados na mulher que chorava, se encolhia no canto da sala levava as mãos ao rosto e se deixava cair encostada na parede encolhendo-se, como ele poderia causar aquilo.

Ele deu dois passos em direção a Scarlett e a ouviu dizer bem baixinho entre choro:

-Por favor! Sai daqui... As palavras cortavam Murilo como se cada uma delas fossem enfiadas em algum ponto vital dele, mas a dor dela ao falar cada palavra era infinitamente maior, ela o queria, queria que ele a abraçasse, mas só conseguia pensar que seria ainda pior manda-lo embora depois. Ainda com a voz fraquejando ela continuo:

-Por favor! Sai da minha casa.

Murilo mordeu levemente o lábio inferior para conter as lágrimas que inundavam seus olhos, agora os castanhos claros tão habituais praticamente não existiam, os seus olhos diminuíram, ele pressionou os lábios, abaixou a cabeça fechou bem forte os olhos, e pensava “-Isso só pode ser um pesadelo”. Ele abriu os olhos e lá estava Scarlett entregue as lágrimas. A calça justa branca, a camisa de lã com risca horizontais brancas e rosa claro, descalça. “-Por quê?” ele se perguntava, ele ia falar algo sua boca abriu:

- Sc..

Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, a voz dela irrompeu pela sala com violência e desespero, falando quase que pausadamente aos berros:

-SAI DA MINHA CASA!!!

Novamente Murilo segurou as lágrimas, mas elas corriam dos seus olhos pelo seu rosto, ele olhou para o lado fixando em algum ponto perdido. Um espasmo correu pelo seu corpo, ele girou pegou sua case*, uma mochila que estava no chão junto ao sofá que havia sido preparada pela própria Scarlett, jogou-a nas costas e ia saindo da sala, quando viu do outro lado do cômodo.

Ali ele encontrou parado no corredor um parzinho de olhos brilhantes, que estavam marejados com uma pijaminha de corpo inteiro. Murilo colocou a case no chão e foi até o outro lado da sala, Scarlett acompanhou seu movimento sem entender a mudança de rumo, só quando ele chegou próximo ao corredor e ela viu surgir dele duas mãozinhas que ela compreendeu.

Dois Bracinhos mínimos se abriram para um abraço, que já era tão comum entre eles em todas as manhãs, quando Murilo ia até seu quarto a abraça e diz: ”Como você esta fofa?”. Ele não queria tornar nada ainda mais dicifil então fez o que fazia todas as manhãs a abraçou e perguntou:

Como você esta fofa? Tentando deixar a voz num tom normal, e animador.

-Aonde vcê vai? Perguntou uma vozinha fininha que mal conseguia dizer perfeitamente cada palavra.

Ele se afastou e viu aquele par de olhos brilhantes o encararem, aqueles olhos castanhos escuros, o cabelo também castanhos, rosto arredondado e branco, os lábios fininhos porem bem rosas. Ela era incrivelmente linda, e Murilo não conseguia pensar em nada para lhe dizer, simplesmente olhou para os pezinhos dela. Ela passou a mão pelo cabelo curto e castanho claro dele, encostou a mão no seu rosto, e disse:

-Não demora... por favor!

As lágrimas rolavam pelos rostos de Scarlett e Murilo, era inevitável, ele dormia quando brigava com Scarlett junto de Serena, e a levava com ele para todos os lugares, inclusive para ensaios. Ele a olhou novamente com os olhos vermelhos pelas lágrimas que corriam e respondeu com dificuldade:

-Prometo fofa! Apertou os lábios e continuou. – Volto mais rápido do que se voasse na cauda de um cometa.

A pequena Serena abriu um sorriso encantador, puro e contagiante e disse:

- Eu sei pai Muri!

Murilo simplesmente a abraçou mais forte, deu um beijo na sua testa sobre a franja e disse:

-Amo você fofa! Cuida da mamãe pra mim só um pouquinho.

Serena disse um “-sim” bem baixinho, que somente ele ouviu, enquanto ele olhada para Scarlett encolhida no canto da sala, e quando Murilo tornou a olhar para ela, ela balançou a cabeça positivamente.

-Obrigado fofa. Agradeceu Murilo deu um outro beijo em sua testa, levantou, pegou sua case do outro lado da sala e saiu.

Serena foi até Scarlett, sentou no seu colo, enxugou as lágrimas da mãe, e disse:

-Não chora mamis. Ele prometeu que já volta, “mais rápido que cauda de cometa”.

Scarlett abraçou Serena bem forte e disse:

-Uhum, volta sim amor.








^PAR^




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Caminhar

domingo, julho 10, 2011 / Postado por And_Rodrigues / comentários (2)

Olá

Como esta/foi o fim de semana de todos? Gostaria de agradecer a todos que sempre se fazem presente no blog. É uma verdadeira alegria cada visita recebida.

O post de hoje é um agradecimento pelo novo dia. Por que por mais que não possamos ser perfeitos, sempre podemos fazer melhor. E nosso futuro por muitas vezes depende apenas de um primeiro passo....










Caminhar


Todos os dias o sol nasce para todos,

Mas como vemos esse brilhar,

Depende tanto de nossos gostos,

Quanto do momento em que passamos.

Quem nunca disse

"Esse semestre estudarei mais",

"Segunda-feira eu começo meu regime",

"Nunca mais me apaixonar por homem canalha"?

Não são os dias

Bons ou ruins,

Mas sim; nós que estamos bem ou mal.

Essa mudança não depende do mundo,

Ocorre de dentro para fora.

O mundo pode até te golpear,

Mas a queda, o se deixar derrotar.

Está em cada um.

A cada um pertence

Seu próprio destino

E seu próprio sucesso.





^PAR^



Os Sete

terça-feira, julho 05, 2011 / Postado por And_Rodrigues / comentários (1)

Olá,

A todos que visitam o blog, agradeço! Aos que seguem e acompanham, Agradeço! Cada acesso ao blog da sentido a sua criação. Agradeço principalmente a minha inspiração, que todos os dias me concede o prazer da sua companhia.

O post de hoje fala de uma certa maneira de tudo o que eu queria oferecer, e não posso. Por que não fui o que deveria ter sido...







Os Sete




Meus olhos normalmente encantadores,

não são tão verdes quanto nesse momento,

mas para minha total desolação

nenhuma dessas lágrimas

fará meu desejo se tornar realidade.

Qualquer um pode pensar que meu desejo é ela,

não seria errado pensar assim

se você alguma vez viu esses olhos,

e como brilham ao dizer seu nome.

Mas não é por esse desejo

Que essa lagrimas serão recusadas...

elas pedem anos

Sete

o mesmo do dia de um Anjo

o numero perfeito

o meu desejo?

A sua Vida.





^PAR^