Vicente - Capitulo 3 - Almoço e Viagem Pt.3

quinta-feira, fevereiro 10, 2011 / Postado por And_Rodrigues /

Olá, Bom dia para todos.Demorou mas ele voltou. Vicente, com certeza meu principal personagem até o momento, espero que todos curtam o desenrolar da história, que foi feita com bastante afinco. Queria agradecer a todos que acompanham o blog, como sempre, e os que estão chegando agora, é um prazer escrever para todos vocês.

Como eu havia dito no último post, estava sem postar nada do Vicente por que minha revisora não aparecia, mas isso já foi resolvido. Ilza que já havia feitos muitas vezes antes tornou a fazer, e continuará fazendo, deixando o trabalho muito mais completo. Obrigado pela ajuda Ilza.








Vicente - Capitulo 3 - Almoço e Viagem Pt.3





Vicente não acreditava no que via, e a frase retumbava na sua cabeça: “-Trem com destino a Gramado descarrila. Viagem 137 sem sobreviventes.” Não tinha como ser real. Ele pensava “-Eu deveria estar nesse trem”.

O chão debaixo dos seus pés parecia sumir, ele levou as mãos até o balcão para buscar apoio. O caixa do restaurante falava com ele, mas para Vicente, sua voz estava distante, e o que ele falava não parecia fazer sentido. Nada daquilo poderia ser real. Vicente piscou e as coisas estavam embaçadas, então tornou a fechar os olhos, apertou-os por uns segundos, e ao abri-los tudo continuava embaçado.

Um garçom tocou suas costas perguntando como ele se sentia. Vicente se assustou desencostando do balcão. Ficou ereto, mas não ouviu o que acabara de ser dito respondendo simplesmente por educação com um “-Nada”, seco. Seguiu até a saída do local de uma maneira meio cambaleante, sem muita firmeza. Garçom e caixa trocaram olhares questionadores, mas não entenderam o que estava acontecendo.

Já do lado de fora do restaurante Vicente foi andando lentamente pela calçada até chegar à rua, continuo andando e olhando para os lado, mas não via nada. Só parou quando o som de uma freada brusca, seguida por uma buzina apertada violentamente lhe trouxe de volta a Terra. Enquanto o motorista do carro o xingava e perguntava se ele estava maluco, ele voltou para calçada sem dar atenção para as ofensas. Olhou para o seu punho direito e percebeu que ele estava fechado, esmagado entre seus dedos estava o bilhete amassado. Vicente levantou a cabeça e começou a procurar seu carro, lembrou que o carro havia ficado no seu prédio, olhou em volta, e avistou na esquina um táxi. Sem pensar duas vezes correu em sua direção, gritando: ”-táxi, táxi”.

Assim que o motorista encostou, Vicente se jogou no banco de trás, e pediu que o taxista o levasse à ferroviária.

-Por favor, a estação de trem.

E escutou como resposta:
-Aquilo esta uma bagunça senhor. Teve um acidente, esta uma coisa de louco por lá.

O motorista se virou no banco, viu o semblante apreensivo e desesperado do rapaz que ali se encontrava e disse:

-Em dez minutos estamos lá.

Quando o carro começou a andar. Vicente permaneceu tenso no assento traseiro, o bilhete do trem permanecia esmagado entre seus dedos. Se perguntassem ele não saberia dizer se a corrida demorou os 10 minutos prometidos. Mas uma coisa ele sabia, aquela foi a corrida mais longa da vida dele.

Por algum motivo o motorista parecia entender a situação de Vicente, devia ser a experiência, em momento nenhum ele tentou puxar assunto, só se manifestou para dizer:”-Chegamos”, e informou o valor marcado no taxímetro. Vicente olhava para o motorista de bigodes fartos, e uma boina de golf xadrez clara, pegou a carteira que estava na mão esquerda desde que foi pagar a conta, e continuava ali, puxou uma nota de R$50,00 e entregou ao motorista. Ele não fazia a menor idéia do preço marcado no taxímetro, jogou a carteira em qualquer bolso, e saiu do carro. O motorista só o observou caminhar até a estação.

O terminal ferroviário era um caos só, uma verdadeira multidão se aglomerava em volta dos postos de informações e funcionários da estação. Vicente não sabia aonde ir, estava atônito, nada parecia ajudar, e no seu bolso, seu celular insistia em tocar sem que ele desse atenção. Olhando de um lado para o outro, acabou percebendo o vibrar no bolso de sua calça, sacou o aparelho e o levou até a orelha, para ouvir:

- Vi, onde você esta?
A primeira resposta que passou pela cabeça de Vicente foi, no inferno, mas não respondeu assim, disse:

- Na estação ferroviária.
-Você já soube?
-Vi num jornal da TV e vim para cá.
-Meu Deus Vi, isso não pode ser verdade.
-Estou torcendo para não ser verdade, Rosana.
-Alguma notícia?
-Infelizmente, nada.

Durante segundos ambos ficaram mudos, Rosana cortou o silêncio:
-Isso não pode ter acontecido a ela, não com ela.
Vicente continuo mudo. O sistema de som da estação começava a transmitir algumas informações sobre o acontecido:

¬-Boa tarde senhoras e senhores. Gostaríamos de lhes informar sobre o acidente que aconteceu hoje e sobre as outras viagens. No acidente ocorrido na viagem 137, infelizmente não houve sobreviventes. Entraremos em contatos com os familiares dos que estavam embarcados para as devidas providências.

Rosana do outro lado falava “alo” para um corpo inerte na multidão. Vicente simplesmente disse em respostas as chamadas no seu celular: “-Desculpa, tenho que ir’.
Desligou o aparelho e saiu da estação. Foi em direção a um táxi, que o levou para casa, e ali ficou.






^AR^

Marcadores:

8 comentários:

Comment by Mel Ann on 10 de fevereiro de 2011 às 11:52

primeiro comentário

ESTA OTIMOO !!
muito boa mesmo, And eu ja te disse que vc tem um talento incrivel ;D
adoro tudo oque tu escreve.
Parabens lindo !
beijos

Comment by Luiza on 10 de fevereiro de 2011 às 11:53

OMG, que triste...

Tadinho do Vicente.....

Valeu pela postagem And.

Perfeita como sempre.

Esperarei anciosamente para saber o que vai acontecer com o Vicente.

kisses

Luiza ^^

Comment by Vanessa on 10 de fevereiro de 2011 às 16:14

Me recusarei a ler esse capitulo de Vicente!!

Comment by Unknown on 13 de fevereiro de 2011 às 16:51

O Vicente é uma vítima de seus pensamentos cruciais, precisava fazer isso com o pobre?
Espero boas notícias e logo.
Está muito bom mesmo.

Beijim da Ilza.

Comment by Keka on 14 de fevereiro de 2011 às 15:08

And............ pelo amor de God!!!! Kd o restante? Não nos deixe assim na expectativa!!!!

Bjkas

Kelli

Comment by Kimura on 20 de fevereiro de 2011 às 12:29

Muito bom cara, meus parabéns.

sucesso sempre e aquele abraço!

Kimura.

Comment by De. Mazzuchetti on 28 de fevereiro de 2011 às 09:43

Ficou otimo, o unico problema é ter terminado numa parte tão boa! =S
Escreve mais amor.
=*

Anônimo on 28 de fevereiro de 2011 às 14:33

Boa noite,

Vim visitar seu blog pela primeira vez, na verdade achei que seria um blog de poemas, achei alguns aqui e interessantes, mas me fixei na sua história, quero saber mais da vida do Vicente, espero que post novamente, e gostaria de pedir um favor, como não tenho acesso diário a internet, seu blog avisa quando tem nova postagem aos seus seguidores? bem deixarei meu msn caso avise agradeço: palomabrunetti@hotmail.com

Abraços e parabéns!


Pam

Postar um comentário