Vicente - Capitulo 5 - Conversa

quinta-feira, junho 30, 2011 / Postado por And_Rodrigues /


Boa Quinta para todos.


Depois de um bom tempo sem aparecer aqui no blog, Vicente, ressurge com novo espírito, e busca saber sobre o que Rosana havia lhe dito isso o leva a uma conversa com ninguém menos que o homem forte da empresa.


Agradeço a todos que seguem, acompanham e visitam o blog, mesmo que em silêncio é muito bom contar com a presença de todos. Agradecer a minha revisora que quebrou o próprio pc de propósito para não ter que corrigir meus erros absurdos, rsrsr... brincadeira Kelli. Agradecer minha inspiração, ela torna escrever mais fácil, mesmo não acreditando o quão bem me faz









Capítulo 5 - Conversa



Vicente não sabia o que iria encontrar na empresa, mas assim que passou pela porta giratória podia sentir que nada era como antes, o porteiro antes amigável encarava o balcão onde se encontravam os monitores de segurança. Todos os olhavam com um ar meio incrédulo, como se não fosse possível que ele estivesse realmente lá. Subiu para o último dos 23 andares onde de frente para o elevador tinha a mesa de uma senhora, Abigail. Ela o olhou com uma cara alegre, de quem vê um filho recuperado. Ele foi logo perguntando:

- Onde esta o seu patrão?

Abigail apenas apontou para a grande porta dupla imponente de mogno escuro decorada com uma placa dourada com o nome “Medeiros”. Vicente abriu as duas portas e passou sem mesmo pedir para ser anunciado. No fundo da sala olhando para a cidade através das janelas de vista panorâmica, estava o todo poderoso Medeiros pensou Vicente. O homem olhando pela janela só virou o rosto ao ouvir a porta abrir. Impecavelmente vestido de social, apenas seu paletó estendido sobre a cadeira. Permaneceu quase estático com as mãos cruzadas nas costas, assim que as portas se fecharam ele voltou a olhar para a cidade lá fora.

- Parece estar bem tranqüilo. - Vicente disse num tom que inquisidor

- Por acaso não sou uma pessoa tranqüila? - A voz era grave, porém controlada e suave.

Antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, ele virou o rosto para a sala, viu Vicente parado o encarando fez um sinal lento com a cabeça pedindo para que se aproximasse e disse:

-Venha aqui meu filho.

Vicente parecia um tanto quanto contrariado, mas caminhou para perto de seu pai, o olhou, colocou as mãos no bolso e ficou encarando a cidade agitada. Mais uma vez seu pai quebrou o silêncio e com uma voz poderosa disse:

- O que você vê lá fora Vicente?

Vicente olhando pela janela respondeu:

- A cidade em constante movimento, pessoas indo e vindo.

- Sim. - Respondeu Sr. Medeiros. – Sabe o que mais eu vejo meu filho?

- O que ? - Perguntou realmente intrigado com aquela pergunta.

- Vidas! - O pai de Vicente o encarou olhou nos olhos e com aquela voz poderosa, grave e suave continuou. - Vidas sendo construídas meu filho, dentro desse edifício muitas outras também são construídas todos os dias.

Vicente não entendia como uma conversa que mal havia começado tinha chegado aquele ponto. O Sr. Medeiros por sua vez parecia ver nos olhos do filho e respondeu a pergunta não feita:

- No momento em que você meu filho abriu aquela porta, eu percebi que mais do que cifras, construímos tudo o que temos hoje com a ajuda das pessoas que nesse momento se perguntam se terão emprego amanhã.

- Eu estou entendendo bem Sr. Medeiros?

- Nunca foi uma pessoa de entender as coisas erradas meu garoto. E se o que quer ouvir é um sonoro não, eu o digo. “NÃO” venderemos essa empresa.

Na mesma hora Vicente teve o primeiro motivo para sorrir a muito tempo. Seu pai colocou a mão no seu ombro, apertou e deu um sorriso mais contido. Vicente por sua vez o puxou e abraçou forte, e disse:

- É a coisa certa a se fazer pai. Pode acreditar.

- Acreditei no momento que um dos meus funcionários esqueceu seus problemas e sua perda para defender os interesses de pessoas que talvez nunca tenham dado um “oi” na sua vida.

Vicente e seu pai saíram para almoçar e comemorar o retorno de Vicente e a não venda da empresa, enquanto caminhavam pelo corredor em direção ao elevador Vicente perguntou para seu pai:

- Onde esta meu irmão?

- Ele não te ligou? Pensei que ele só falaria contigo.

- Mas o que houve? Aconteceu algo a ele?

- Não! Não por enquanto. - Vicente olhou para o Sr. Medeiros sem nada entender. Seu pai vendo a preocupação nos olhos do filho continuou:- Seu irmão resolveu passar uma semana na praia.

- E qual e o mal nisso?

- Mal nenhum se ele não tivesse arrastado junto dele a filha dos outros.

- Como? - Vicente ficou surpreso, seu irmão era do tipo que ou saía com amigos ou sozinho, ele não descia a serra a um bom tempo.

- Isso mesmo seu querido irmão. O doce Miguel arrastou uma moça junto com ele, e a família da menina esta louca atrás deles.

- O senhor não vai ajudar ele? - Os dois se encararam por um momento e o pai falou:

- Eu avisei para o Miguel que ele resolvesse o problema de uma maneira adulta, sem trazer problemas para a menina.

- Estou vendo que bela ajuda deu ao meu irmão.- O Sr. Medeiros olhou para Vicente e respondeu:

- Ele é um homem feito, tem que arcar com as conseqüências de seus atos.

- Sim. Mas... - Antes que Vicente completasse o pai continuou:

- Mas... não deixarei que nada aconteça de mal ao teu irmão, mas que lhe querem o couro isso eu lhe garanto que querem.

- O senhor acha que eu devo intervir?

- Tu acha que o Miguel gostaria de te envolver em algum problema?

- Não! Mas... - Novamente foi interrompido pelo pai que disse:

- Mas nada. Tu acabou de dizer que teu irmão não iria gostar de intromissões. Então não se intrometa.

Dito isso Vicente o olhou um tanto quanto contrariado. Pensaria melhor depois sobre isso, principalmente depois de falar com o irmão.



^PAR^

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1 comentários:

Comment by AngelP on 30 de junho de 2011 às 12:10

O Vicente é o meu xodó... me encantou quando apresentado e me encanta cada vez mais. Quanto ao autor, somente posso me rasgar em elogios e orgulho.

P

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