Henrique - História sem nome - Cap.2

sábado, junho 04, 2011 / Postado por And_Rodrigues /

Bom dia,


Henrique novamente volta a cena, mas dessa vez sem suas costumeiras conquistas. O rapaz sentirá uma sensação nova, a primeira de muitas que ele não esperava, nem acreditava que um dia iria sentir.

Gostaria de agradecer a todos que leem os posts, os que seguem, e os visitantes esporádicos. Os que comentam, ou deixam recados, muito obrigado, todos os elogios e criticas são e serão sempre muito bem vindos. Obrigado Kelli Cavalcante pelas revisões, sugestões e afins.

E um obrigado especial, para uma pessoa que é tudo na minha vida. E que agradeço todos os dias por ela esta sempre ao meu lado. Te Amo Cachos.








Henrique - História sem nome - Cap.2






O telefone tocava uma vez seguida da outra, o display do celular de Laura já não mostrava mais registrado “orelhão do campus”, mas ela reconhecia o número do aparelho telefônico do corredor de Henrique. Ela fazia questão que aquele idiota ficasse pendurado ali, por isso ela deixava o celular no silencioso e deixava o aparelho cair na caixa postal. Não tinham mais nada para falar, precisava deixar ele ir de vez da sua vida.

Henrique olhava para o relógio no pulso e bufava, passava a mão no cabelo, e mesmo no corredor mal iluminado, estava com os benditos óculos escuros. Já tinha ligado muitas vezes, perderá a conta depois da 15° tentativa, ele sentou no corredor ao lado do aparelho esperando por um milagre. Porém esse milagre em forma de ligação poderia não chegar naquela noite.

Laura estava deitada em seu sofá, o celular sobre a mesinha de centro. Sua irmã Cristina estava chegando em casa tarde, e quando viu Laura deitada foi em direção a ela, pegou o celular na mesinha e pela quantidade de chamadas perdidas já sabia de quem se tratava. Não disse nada, por que sabia que não adiantaria, só colocou a cabeça da irmã sobre seu colo e começou a fazer carinho nos seus cabelos cor de fogo. Pensando em como a irmã poderia passar por mais esta prova.

Um chute no pé, o segundo um pouco mais forte, e uma voz grave que dizia:

- Eu sempre me pergunto por que você anda a noite de óculos escuros? Mas quando te vejo dormindo no corredor do campus a 50 metros da sua porta eu lembro que você é um bosta de um bêbado.

Henrique olhou por cima dos óculos e respondeu:

- Merda Raul! Logo cedo, tu não dorme?

- Durmo! Por isso acordo cedo.

Raul estava impecavelmente vestido de calça preta e camisa social branca. Com seus 1,90 m chamava muita atenção, moreno corpulento, olhos negros, cabelos raspados. Ele ajeitou a calça, entregou um copo para Henrique, e sentou-se ao seu lado, levou um segundo copo a própria boca, soltou um “Ah!” de satisfação e disse:

-Tu é um bom rapaz, tem talento...

Antes de terminar a frase foi cortado por Henrique.

- Calma ai. Eu sei que às vezes passo da conta. Mas dessa vez é sério, estou esperando uma ligação.

O toque do telefone soaria estranho aquela hora da manhã para qualquer um. Mas quando se era o “salva-vidas” de Henrique tudo era possível, e toda hora era hora. A voz embargada do outro lado da linha logo foi reconhecida. Raul atendeu com um simples “Pronto”. Terminou de despertar quando ouviu do outro lado “ – Raul?” aquela voz, aquela interrogação após seu nome soava como um alarme. E já emendou dizendo:

- Pode falar Laura.

Durante alguns segundo Henrique e Raul trocaram olhares como se conversassem então Raul disse:

- Eu sei que é serio.

- Sabe mesmo? - Ficou olhando para Raul se perguntando se ele realmente entendia.

- Sim, sei. - Disse olhando agora para o chão, com olhar perdido.

Henrique ficou impressionado Raul era o tipo de pessoa certa para se confiar, um amigo leal, por isso sempre estava ao lado de seu pai para tudo. Mesmo com a pouca idade. E perguntou para Raul:

- Como você sabe ? - A pergunta veio carregada de curiosidade

Raul deixou de encarar o chão, olhou para os castanhos olhos de Henrique e disse:

- Ela me ligou!

Na mesma hora Henrique se enrijeceu e endireitou as costas na parede. – O que ela disse?

- Que você pode voltar para a sua cama, que ela não irá te ligar.

Laura do nada levantou do colo da irmã, olhou alguns segundo para a parede, os olhos marejados, virou o pescoço para olhar no escuro mesmo para a irmã e disse:

- Eu não vou chorar por um garoto mimado.

Cristina a olhou com um certo espanto, ela teria dito isso na hora que viu as chamadas perdidas, mas preferiu o silêncio a provocar uma discurção com a irmã, só se permitiu dizer:

- Tem certeza?

E teve como resposta:

- Não irei sofrer por alguém que acha que a vida é tirar as calças, e abaixar calcinhas. - Voltou a olhar para a parede, alguns segundos depois passou a mão no celular que continuava na mesinha de centro, as lágrimas começaram a correr pelo seu rosto, Laura olhou para a irmã e disse: - Prometo que é a ultima vez que faço isso.

Discou um número que Cristina não conseguiu sequer ver, esperou alguns toque para que atendessem, assim que o telefone foi atendido ela disparou: “- Raul? “

- Sim. Sou eu

- Desculpa estar ligando essa hora, mas...

- Onde é que ele esta?

- No corredor campus, próximo ao quarto dele

- Tudo bem. Vou ir até lá

- Obrigada Raul.

- Sem problemas Laura.

- Ahn!

-Gostaria de mais alguma coisa Laura?

-Sim. Na verdade gostaria sim.

- Pode dizer.

Laura ficou muda por algum tempo, ponderando que palavras usar, sabia que Raul era confiável, mas aquilo tnha que ser dito da maneira certa, mesmo que não fosse dito por ela.

- Alô! Laura. - Chamou Raul diante do silêncio da garota.

-Me desculpe Raul. Estou aqui. - A voz agora mais embargada. - Preciso que diga algo para o Henrique.

- Tudo bem. Pode me passar o recado Laura. - Raul tratava o assunto com uma certa frieza, que só a repetição do ato de buscar Henrique em algum lugar podia trazer.

-Diga a ele que eu não ligarei... - a voz dela parou de sair, então Raul se antecipou.

-Já imaginava, não se preocupe irei vê-lo e digo se esta tudo ...

Dessa vez foi Laura que se antecipou a Raul, cortou-o dizendo:

- Obrigada novamente. - A voz agora quase sumia no telefone, e ela continuou: - Diga que não ligarei nunca mais.

Raul não teve de dizer nada o choro veio rápido, o telefone desligado logo em seguida. Raul olhou para o aparelho em sua mão, chegou a discar metade do número de Laura para retornar, mas não era hora, agora precisava buscar um certo Henrique.

Henrique agora encarava Raul incrédulo, aquilo não podia estar acontecendo. Laura sempre ligava. Ela já havia pedido para Raul ir buscá-lo mas nunca disse que não ligaria, a pergunta saiu da sua boca como um raio, ele não a processou, só perguntou:

- Ela não ligará agora? Ou não ligará mais ?

Raul tornou a encarar o chão encardido já sem brilho do campus da faculdade, encarou mais uma vez os olhos castanhos de Henrique, e viu naqueles olhos que ele já sabia a resposta, engoliu a seco, e sentenciou:

- Ela não ligará mais.

Henrique ficou sem cor, encostou a cabeça na parede, virou o rosto para o teto com os olhos fechados, e colocou a mão no rosto, e uma lágrima correu pelo seu rosto.






^PAR^





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3 comentários:

Comment by Keka on 5 de junho de 2011 às 11:43

Hoje fiquei e não fiquei com pena do Henrique, ainda acho que ele merece uns tapas, mas sofrer é difícil, cada dia mais lindo And, e sempre pode contar comigo para revisões, sugestões e afins Siamês.
Kiss

Comment by AngelP on 5 de junho de 2011 às 18:35

O capítulo apenas aumentou minha curiosidade, quem sabe com o sofrimento ele comece a caminhar corretamente para ser digno da Laura novamente.
Quanto ao autor somente posso derramar mais e mais elogios, tantos que não caberia em mim de tanto orgulho.

Amor

P

Comment by Unknown on 19 de agosto de 2011 às 17:41

E agora é o momento em que eu tento nao ficar ansiosa para ler o resto! Tens de escrever a continuação And ;)

Continuo a nao gostar do Henrique xD Mas a tua escrita é viciante!. Parabéns!

Continua assim!

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